domingo, 18 de maio de 2008

Clichê




É muito clichê se eu pergunto onde é que nós vamos parar?
Ou eu deveria mudar para..Nós vamos parar?!

Virou clichê se dizer que há dez, ou até cinco anos atrás, era possível ficar na calçada de casa até às dez horas da noite, sem muita alarde, sem qualquer tipo de preocupação psicótica sobre alguém que pudesse te abordar na intenção de te fazer mal; E que agora nós vivemos em prisões domiciliares, gastando rios de dinheiro com instalação de câmera, segurança, cerca elétrica, prologamento do muro, sistema de alarme...e por aí vai.

Será essa a prova de que a sociedade caminha rumo à ruína?
Será que a sociedade, como um todo, aceita os preceitos básicos de existência da própria vida? No sentido de nascer, crescer, se reproduzir e..morrer? Nós nos espalhamos por aí, evoluímos na ciência, na tecnologia, na filosofia e depois estamos matando uns aos outros? Nós criamos o médico e o monstro.

E eu podia aqui falar sobre uma séééérie de fatores que levam à marginalização de certas camadas da população, gerando violência, criminalidade..
O que também virou clichê, né? Nós tentarmos entender o mal que nós criamos..

Se eu fosse me enveredar pro lado do meu pai e seus pensamentos pró-família, eu poderia falar sobre a falta de educação e a importância dela mesma, que deve ser dada pelos pais. A verdade é que, sob esse aspecto, falta uma dose de conservadorismo. Eu defendendo os conservadores?! Hahahaha.. Veja bem, eu apenas acho que o papel dos pais na vida de um filho ainda é encaminhá-lo para bons caminhos. E não é, oras? É certo que muitas coisas nessa vida só se aprende na rua, convivendo com outras pessoas, saindo da teoria e indo pra prática. Mas ter alguém que te dê um parâmetro sobre o que é certo e o que é errado é muito importante, principalmente pra cabeça confusa de adolescentezinhos e inocente de crianças. Ou eu estou errada?

À quem nós podemos culpar? Hoje em dia se casa e se descasa como quem troca de roupa. Os filhos se tornam um impecilho para que os pais separados levem sua vida adiante. Uma chaga de um erro do passado. Talvez isso se deva à precocidade das coisas nos tempos atuais. E fazemos tudo em ritmo acelerado. A galera casa cedo, sem ter noção do que é um casamento. É mais como uma diversãozinha. "Vamos casar e morar juntos pra ver como é brincar de ser adultos". Se não tem maturidade pra ter um filho, porque raios põe no mundo?! Não entendo esses paradoxos. E não me venham com papo de ingenuidade. Educação sexual se vê até na escola. Camisinha se distribui no posto. Então nós temos esses bastardos, filhos de ninguém, com o ninguém para os amparar.

Penso que a mente é como um molde de barro. A gente tem que modelar direitinho antes que o vento sopre e massa fique seca, dura, imutável. E "a gente", são os pais, é claro. O problema é que às vezes os escultores são pessoas quaisquer pelo mundo a fora. Ora, o que um bando de jovens pode saber a mais do que uma pessoa com no mínimo uma década adiante de vida do que eles? Às vezes nós pensamos que nossos pais são ingênuos, "porque as coisas mudaram do tempo deles para cá". Mas acredite, eles não são. Não há como não ter consciência da realidade. Só se eles não quiserem enxergar é claro. E como diz a expressão poupular, o pior cego é aquele que não quer ver.

As coisas andam tão precoces, que quando eu era criança, minha imagem de ladrões e assaltantes, era sempre de um homem adulto. Ora, eu já fui ameaçada por um moleque menor do que eu com um pedaço de ferro pontiagudo na mão! E parando pra pensar, todos os assaltos e tentativas de assalto que eu sofri foram por pessoas com menos de 20 anos. Bingo.

É lóóógico que tem a questão social, o capitalismo excludente e tal. Mas, cara. Eu tenho certeza absoluta de que eu nunca fui assaltada por alguém que estivesse passando por necessidades e que quisesse apenas sobreviver.

Saindo da rave hoje, os dois carros que vieram comigo haviam sido 'violados', por assim dizer. Dois moleques, tendo um taxista ( olha que absurdo! ) como cúmplice, quando nos viram saindo, correram, pegaram umas sacolas em cima das árvores e foram embora. E eu ainda disse "Esses moleques estão aprontando alguma coisa...". Quando chegamos nos carros, tínhamos um som, uma bolsa, dinheiro, um par de tênis roubados e um vidro quebrado por uma pedra.

Ah, eu tenho que relevar, por causa do ambiente já era de se esperar?
Cara, eu fui assaltada duas vezes na esquina de casa e a moça do Pet Shop que veio entregar a cadela, foi assaltada NO PORTÃO da minha casa, por volta do meio dia. Tem noção isso? Puts.

É por isso que eu vivo paranóica. Não existe mais um "horário propício" para assalto e nem um perfil de assaltante para ficar alerta. Pode ser qualquer pessoa, à qualquer hora do dia.

E o pior é que quando eu fui assaltada pela última vez, eu "não pude" ir até o posto policial pra dar queixa. Dar queixa pra que? Para eles pegarem o cara, ele passar uns dias na cadeia e depois marcar minha cara? Querer se vingar por que eu fiz algo contra ele? É foda - desculpe a expressão -, mas é verdade. Fora a polícia corrupta e tal...mas isso dá muito mais pano pra manga, já falei demais.

2 comentários:

sobreosdias disse...

Não existem palavras ou expressões que eu possa usar para descrever o que há com a sociedade ou para onde vamos. Gostei dos seus argumentos, e acrescendo talvez aquilo que não sai hj da minha cabeça: (e alias já esta aqui dentro desta massa cinzenta a muito tempo)

Qualquer pessoa pode te fazer mal, levar sua bolsa ou seu celular. Mas enquanto vc estiver viva, ele nao pode tirar a Natasha de vc, e todo o conhecimento que vc tem. Talvez em meio ao caos, a propria vida e o conhecimento, possa dar algum proposito perdido em meio aquilo que não parece ter.

Sidarta Serra disse...

Já pensei muito sobre esse assunto e a conclusão é sempre a mesma que até vc msm falou no post: Resumindo tudo é culpa do capitalismo "selvagem" (como diz a velha música, que eu não gosto muito). Não sou nenhum anticapitalista xiita como muitos são. Mas tá na cara que o capitalismo foi feito para poucos, muitos poucos.
Já cheguei ao ponto de não querer mais pensar nisso. Não porque eu não chegue à uma solução ou por preguiça. Mas é que para resolver esses problemas é necessario uma mobilização nacional (no caso só do Brasil). Mas como as pessoas no geral esperam a chegar no extremo do extremo de uma situação, talvez demore algumas decadas para mudar algo, se mudar. Agora diz que a Ivete Sangalo esta fazendo um show de graça la na puta que pariu(desculpa a expressão) que vai uma cambada de gente vazia pra venerá-la. É tudo uma falata de foco e interesse.
Enquanto a massa não deixa de ser massa, vamos rolando morro a baixo, e até onde vamos não faço nem a minima ideia.

PS:Nussa... quase um post como comentario!!!Hhuauhauhauah

PPS:Alguem me disse que ia add meu link, vc tem ideia de quem?;)