terça-feira, 30 de dezembro de 2008

O que você aprendeu hoje?

É preciso razão, sempre.
Mas nunca deixar que as amarras do falso iluminismo te amordacem ferozmente.
Você é capaz de discernir entre uma ilusão e uma obsessão?
O que seus dias te ensinam?
Na vadiagem, na aplicação, há sempre algo..
E você? O que aprendeu hoje?

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

http://news.bbc.co.uk/2/hi/in_pictures/7792616.stm


Sem mais.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Estava aqui divagando..

Há alguns dias quero escrever algo sobre política. Mas alguns alvoroços pessoais me faziam perder a concentração. E eu pensanva "como posso me entregar a um tema com paixão - porque sim, só me agrada escrever sobre assuntos que realmente me intriguem, para que eu escreva com a alma -, se minha mente, enquanto disserto, vaga em outras dimensões?".
E nessa minha Odisseia pessoal, cujo intento é racionalizar tudo o que é suscetível ao sentimento, acabo censurando tudo o que me soa fraco.

Mas era justamente aí que se encontrava o nó da questão: paixão. Sim, a paixão como um dos sentimentos mais motivadores que há. Os sentimentos, sim. A raiva, a alegria, a esperança, a saudade..O que me motiva a escrever é a paixão! A paixão pela mudança - pois é, "Make a change" não é um título à toa nesse blog -, a paixão por hastear minha bandeira, mesmo que todos os soldados já estejam fracos, mantendo-me firme sobre minhas convicções!

Esses dias eu tive uma conversa com um amigo de escola sobre nossas carreiras profissionais. Ambos estamos no intento de sermos aprovados em Jornalismo, na UFRN. E mais uma vez, a paixão foi o que me fez escolher tal curso. Minha paixão por escrever, por fazer diferença com minhas palavras, por levar ao público, talvez, aquelas informações que os poderosos insistem em querer sufocar.
E, no meio da conversa ele me disse "você deverá manipular as informações para seus interesses, sempre será assim. E não falo isso por maldade, só estou pensando na melhor forma de crescer no meu ramo". Ao que eu lhe respondi "você é um jornalista corrompido, antes mesmo de se tornar um. Você está indo a favor do sistema. Você pensa que as coisas são do jeito que são porque elas têm que ser assim. Eu não penso assim, pô, e nada vai mudar minha cabeça...esse é o único motivo que me faz querer ser jornalista, a vontade de mudar, de representar uma mudança, uma agulha no palheiro, que seja. Fazer minha parte, é o que importa".
Me chamem de idealizadora, não me importo. Se todos acreditassem que o mundo está perdido, ninguém tentaria fazer nada para salvá-lo. Sim, o mundo tem jeito, as pessoas têm jeito. Como dizem por aí, para tudo nessa vida se dá jeito, só não se dá jeito na morte. Foi esse pensamento, essa paixão que motivou os jovens na década de 60 - principalmente no ano de 68.

E isso me apaixona. Esse "despertar para a realidade" em massa, ou mesmo o individual..afinal, as vitórias são conseguidas com os esforços individuais até que se juntem em um todo.
Meu maior desejo, como profissional, é poder viajar o mundo, estudando a conjuntura política dos países, entendendo como e porque a sociedade se estrutura do modo que encontra hoje e, deixar de assistir tudo pela televisão e passar a viver cada momento histórico da humanidade, registrando tudo com minhas palavras, com o meu ponto de vista, que nunca estará a venda.

Mas bem, voltando ao tema da paixão, minha idéia inicial para esse texto partiu de uma divulgação de dados no Jornal Nacional. Não me recordo mais o dia exato de sua divulgação, mas não deve ter mais de duas semanas. Foram cedidas ao público, em cadeia nacional e em horário nobre - e sim, na Globo!! - dados estatísticos sobre a última pesquisa sobre a popularidade do governo Lula. E, batendo seu próprio recorde anterior, Lulinha conta com nada mais nada menos do que 93% de apoio. Como de praxe, os maiores índices vieram do Nordeste, cujo 81% da população declarou considerar a gestão ótima e 13% entre bom e regular. Os menores índices vieram da região Sul, apresentando, ainda sim, 56% de aprovação, ou seja, mais da metade da população. Mesmo com todos os escândalos políticos, o progresso é evidente. Mesmo com todos os ataques da mídia opositora, os resultados de um bom governo estão aí.

Bem, o próprio Lula agradece a Deus pela sorte que vem tendo. E não é para menos, a descoberta do Pré-sal representa uma revolução na economia do país, visto a importância mundial do petróleo. Qualquer profissão que se relacione com isso vem sendo tratada como "a profissão do futuro". Mas, além disso, eu tenho a coragem de dizer que, mais do que sorte, Lula conta com a paixão pelo que faz! E acima de tudo, paixão pelo país em que vive, pelos brasileiros! Ele hoje usa terno e gravata, mas um dia já foi operário e grande ativista nas greves do ABC paulista. E quem há de negar o avanço do país?

Sobre o "terceiro mandato", um pouco exposto já no post anterior, gostaria de acrescentar que a reeileção de FHC foi um ato inconstitucional. Ele próprio assinou uma lei que o permitiria se manter no cargo. Não vejo mal em um terceiro mandato. Não tratamos aqui de um ditador, tirano e nem de um golpe de estado e sim da manutenção de um homem que muito fez pelo país e pode continuar fazendo. Porém, isso pode ser feito através de outro político(a) que se alinhe ao pensamento "Lulista", que é o que se espera da Dilma Rousseff, quem o presidente atualmente indica como sua possível sucessora. O que me daria o dobro de orgulho, por ter assim, uma mulher no poder, pela primeira vez na história do nosso país.

É claro que Lula não é perfeito, ninguém é. Eu aqui não estou tentando construir um mito de "herói da nação". É sensato reconhecer os erros. E os acertos também.

Para terminar esse post, eu gostaria de ceder a belíssima imagem do Bush quase levando uma sapatada na cara de um jornalista iraquiano:



( http://www.youtube.com/watch?v=pOqsBRS7lBY&feature=related )


"Este é o seu beijo de adeus, cachorro".

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

"Hegemonia do esquecimento"

"Aqui no Brasil, escondemos o passado. Até hoje os militares não revelam onde estão enterrados os mortos do Araguaia e onde estão os restos de mais de uma centena de “desaparecidos políticos”. Os torturadores e matadores nada tiveram de confessar. Abrigam-se sob a proteção de uma Lei de Anistia para apagar o passado, para impedir que se forme uma memória nacional dos que lutaram contra a opressão.

E tem sido sempre assim. Rui Barbosa mandou queimar os documentos da escravatura, sob o pretexto de que serviriam para os fazendeiros reclamarem indenizações pela libertação dos escravos. No interior de Minas, em Belo Vale, um pequeno museu proclama-se o “único museu da escravidão” no Brasil. Outro em São Vicente (SP) nada mais é do que uma casinha de taipas. O Museu do Índio em Brasília não é dedicado ao massacre dos índios, é uma exposição de arte e artesanato indígena. Os dois grandes museus afro-brasileiros, um em São Paulo outro na Bahia, também se dedicam muito mais a arte e cultura do que à denúncia da escravidão. O prédio do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) em São Paulo virou galeria de arte, reservando quatro minúsculas celas, do lado de fora da entrada principal, para lembrar os tempos sombrios em que naquele prédio o delegado Sérgio Paranhos Fleury torturava e matava.

Não só ignoramos os que lutaram contra a opressão como homenageamos os opressores. O próprio Fleury virou nome de rua, em São Carlos. No Rio de Janeiro e em várias cidades há um viaduto “31 de Março”, em homenagem ao golpe militar. Em todas as cidades do Brasil há ruas, viadutos, rodovias e praças em homenagem a golpistas e bandeirantes que caçavam e dizimavam índios e escravos fugidos.

Tudo isso exemplifica o que em teoria política se chama hegemonia: a dominação não apenas pela força, mas pela cultura, pela ideologia, pelos meios de comunicação e pela forma como se conta para nossas crianças quem foram nossos heróis e nossos vilões. Deter a hegemonia é mais do que apenas dominar, é fazer com que o dominado aceite a dominação como natural.

Os negros na África do Sul acabaram com a hegemonia da minoria branca. No Brasil elegemos um operário presidente, mas não acabamos com a hegemonia de uma elite formada na tradição escravocrata. Derrubamos a ditadura militar, mas o grupo Tortura Nunca Mais é tratado pela mídia quase como uma organização clandestina.

Mister Simon, o nosso guia em Johannesburgo, fez questão de nos levar ao bairro grã-fino com propriedades imensas e palacetes. Num certo momento apontou para um deles e explicou: “Aqui mora o Mandela, lá pelas 5 da tarde ele costuma sair para seu passeio diário”. Perguntei: “Mister Simon, o fato de Mandela morar no bairro dos ricos é motivo de orgulho para os africanos ou acham que ele traiu o povo pobre?”

Simon custou a entender a pergunta; e finalmente respondeu: “É claro que sentimos orgulho, ora essa.


Nosso líder tem mesmo de morar aqui, para mostrar que as coisas mudaram”.

Envergonhado, expliquei-me: “No meu país elegemos pela primeira vez um operário para presidente e, em vez de se orgulharem disso, os jornais, a maioria dos que têm voz fazem questão de destratá-lo. Acham que não deveria ter comprado um novo avião para suas viagens, que gasta demais, que tem seguranças demais...”




Tudo uma questão de hegemonia. Quem sabe um dia chegaremos lá. Aí vamos trocar todas as placas de rua e espaços públicos, construir um grande museu da escravidão e outro grande museu dos horrores da ditadura. Para que as novas gerações saibam o que aconteceu e não permitam que aconteça de novo."




( Parte da reportagem "Apartheid nunca mais", da Revista Brasil, edição nº24 )

"Cipó de aroeira"

"Alheio à ascenção das classes C e D ao mercado de consumo, o PIG força debate eleitoral"

"Em tempos de lembrar 1968, cai bem um verso de Geraldo Vandré que se referia a um “dia que já vem vindo, que este mundo vai virar”… Está na canção Aroeira, do disco Canto Geral, lançado naquele ano de contestações. E encaixa bem nos resultados colhidos por setores da imprensa comercial em relação ao governo Lula: “É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”. Afinal, tratado com preconceito e grosserias, Lula apanha sem dó, mas ele e seu governo são recordistas de popularidade. Uma dor no pescoço recebe o título “carne de pescoço”; a tradução para a ida de qualquer militante a Brasília é envolvimento em negociata; nas páginas desses veículos, é o governo mais corrupto e desastroso da história.

Fazem por merecer a sigla PIG – Partido da Imprensa Golpista –, criada pelo deputado federal Fernando Ferro (PT-PE) e adotada por Paulo Henrique Amorim. O foco num “terceiro mandato” é outro exemplo da “linha burra” ensaiada por esses veículos. Mesmo com Lula negando veementemente a idéia de nova reeleição e, ainda, apresentando a ministra Dilma Rousseff como possível candidata em 2010; mesmo com alguns petistas discutindo possibilidades de Ciro Gomes a Aécio Neves, esses veículos abordam o terceiro mandato de forma espalhafatosa para fritar antecipadamente a idéia. Forçam o debate, obrigam as pessoas a se posicionar e novamente colhem resultado amargo, como o apoio à re-reeleição de mais da metade dos entrevistados da recente pesquisa CNT/Sensus.

O PIG é incapaz de compreender e aceitar que o desenvolvimento do Brasil no atual governo ocorre principalmente pela inclusão social das classes C e D e briga por assegurar um espaço perante a classe média. Alimenta seus leitores com ódio e tenta atacar-lhes a auto-estima para gerar sentimentos como medo, opressão, revolta, que em outros momentos da história levaram a resultados desastrosos. Em vez de participar com idéias, debates e informação de qualidade na construção de uma nova história, em direção a uma sociedade mais justa e solidária (como acontece na África do Sul e relata Bernardo Kucinski nesta edição), tenta virar a história ao avesso, no intuito de retrocedê-la."



( Revista do Brasil, edição de nº 24, mês de maio )

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Os desejos humanos

Ser vivo é ter desejo.

Quais são os seus desejos?
O que te faz perder a cabeça?
O que te faz jogar tudo pro alto e correr contra todas as expectativas?
Apostar nas menores probabilidades?

Os maiores desejos sãos aqueles que movem a humanidade..sejam eles bons ou ruins.
Ambições levam a guerras..E às vezes, o amor também. O amor a um deus, o amor a uma pátria..
Não me pergunte que tipo de amor é esse; Não cabe a mim julgar..e acho que nem a ninguém. As justiça dos homens se faz nos tribunais - e somente nele - e a de Deus, não é mais com a gente.

Ninguém sai ileso de nada..isso é fato.
Todas as suas atitudes voltam pra você. Daí vem aquele ditado "você colhe aquilo que você planta". E é verdade..mais cedo ou mais tarde, as coisas acontecem. Boas ou ruins, quer você perceba ou não. É o jeito que as coisas ao nosso redor encontram pra manter a harmonia, o equilíbrio.





O Yin e o Yang.
"..Referir-se a Yin como negativo apenas indica que ele é negativo quando comparado com Yang, que será positivo."
Ou seja, aí entram uns devaneios que, vira e mexe, voltam à minha cabeça: até onde vai meu poder de livre arbítrio? Nos foi dada a capacidade de tornar o Yin em Yang? É só uma questão de relatividade? Afinal, como já me disseram uma vez, tudo depende da óptica de alguém. A maneira como você vê o mundo, muda o mundo à sua volta.

Sem mais..

domingo, 2 de novembro de 2008

Harmônica

Enigmática
Não, não obscura
Muito menos sombria
Sua beleza pouco franca
Soa como um convite
a decifrar seu sorriso.
singelo.



By: http://viagemlusitana.blogspot.com/

Obrigada! #)
=*
Essa boca que te beija,
Esse calor ao teu pescoço,
Esse afago aos teus cabelos..
Essa mão que desliza sob teu corpo,
Esse arrepio que te percorre,
Esse sorriso que te contempla,
Esses olhos que te entedem,
Essa telepatia que te invade,
Esses sonhos que compartilha;

Essa saudade que residia,
Esse batimento que se acelerava,
Esses planos que fazia,
Essas músicas que cantava,
Esses lugares por onde passava,
Essas coisas que falava,
Essa coisa que crescia,
andava, respirava, tocava e gostava


Niguém sabe agora onde está.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008





Te sientas entre la gente,
Cierras tu ojos

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Nada sobre o mundo

Ou tudo sobre ele? Afinal, a sociedade é feita de seres humanos.
Schopenhauer que me dê a honra da discordância, mas eu me apego aos meus entes e não desejo sua partida.
Não falo aqui em prol dos sonhadores, romancistas.."Todos os meus caminhos começam com o pé no chão".
Acho que se trata de apenas mais um devaneio..Desses que se tem todo dia.

Existe, em algum canto, um ditado que diz que a gente só sabe da dor alheia, quando acontece com a gente.

Eu nunca tinha parado para pensar na fragilidade do ser humano, na leviandade da vida antes de vê-la ser interrompida à queima roupa.

Já parou pra pensar? Planos. Todo mundo tem, não é? A vida se sustenta de planos..afinal, viver um dia após o outro, sem perspectivas, é maçante.
Quais são seus planos? Comprar um carro? Ter um filho? Viajar o mundo? Conhecer alguém especial? Ficar com alguém especial que você já conhece? Cuidar dos filhos que você já tem? Ter um bom emprego, ajudar pessoas carentes, fazer um filme?
Tantas coisas..

..Aí você sai do trabalho, pega um ônibus e chegam dois caras dizendo que "isso é um assalto". Alguém se descontrola e...pronto; um tiro e todos os planos ficaram pra trás.

Isso não é estranho?

Eu tive aula com um professor particular em uma noite. Ele saiu da minha casa e algumas horas depois, minha mãe ligou pra ele pra confirmar a aula do dia seguinte; mas no dia seguinte, ele não apareceu. Depois chegou a notícia de que ele havia levado um tiro certeiro na cabeça e estava somente esperando a hora de desencarnar, no hospital. Aquele mesmo cara, que estava comigo, sentado à mesa, me ensinando química e fazendo brincadeiras pra tentar fazer o assunto fluir. Nunca mais vou ver na vida. E o filhinho dele de poucos meses? E a mulher? E o concurso no qual ele tinha acabado de passar? Acabou; assim, como vento.

Acho que é por isso que Renato Russo dizia "é preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há".

Não me envergonho de me apegar àqueles que merecem meu apego. Não é sentimentalismo barato..é ser humano. É claro que nada acontece por acaso..mas ainda não estou no nível de elevação espiritual em que isso é suficiente para que eu aceite perder alguém.

Mas enfim...chega de baixo astral.
Post meio atípico, muito pessoal. Mas é isso.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Ai dos que crêem no Império

Ainda que muito breve, a guerra entre Geórgia e Rússia revelou algo chocante para o pensamento convencional. Menos de vinte anos após vencerem a Guerra Fria, os EUA já perderam a condição de poder mundial solitário. Na verdade, deixaram até mesmo de ser superpotência...

Immanuel Wallerstein

(23/08/2008)

O mundo assistiu a uma mini-guerra no Cáucaso este mês. A retórica, embora apaixonada, foi muito irrelevante. A geopolítica é uma série gigantesca de jogos de xadrez a dois, nos quais os jogadores buscam vantagens de posição. Nestes jogos, é crucial saber as regras que permitem os movimentos. Cavalos não podem mover-se em diagonal.

De 1945 a 1989, o principal jogo de xadrez era jogado entre os Estados Unidos e a União Soviética. Era conhecido como Guerra Fria, e as regras básicas eram chamadas “Yalta”. A mais importante delas dizia respeito à linha que dividia a Europa em duas zonas de influência. Foi chamada por Winston Churchill de “Cortina de Ferro” e ia de Stettin a Trieste. A regra era: não importava quanto conflito fosse provocado na Europa pelos peões, eles não deveriam provocar uma guerra real entre os Estados Unidos e a União Soviética. E ao fim de cada episódio de conflito, as peças deveriam retornar para os postos de onde haviam saído. Esta regra foi observada meticulosamente até o colapso do comunismo em 1989, episódio marcado notoriamente pela destruição do muro de Berlim.

É perfeitamente claro, como todo o mundo observou na época, que as regras de Yalta foram revogadas em 1989, e que o jogo entre os Estados Unidos e a Rússia (a partir de 1991) mudou radicalmente. O maior problema desde então é que os Estados Unidos não compreenderam bem as novas regras. Eles proclamaram a si próprios — e foram proclamados por outros — a superpotência solitária. Em termos de regras de xadrez isto foi interpretado como se os estivessem livres para mover-se pelo tabuleiro da forma que bem entendessem. E, em particular, para trazer os antigos peões soviéticos para sua esfera de influência. Sob o governo Clinton, e de forma mais espetacular sob o de George Bush, os Estados Unidos foram levando o jogo dessa forma.

Havia um único problema: os Estados Unidos não eram a superpotência solitária; e sequer, uma super-potência. O fim da Guerra Fria fez com que deixassem de ser uma das duas superpotências, para se tornarem um Estado forte, em uma redistribuição verdadeiramente multilateral de poder real, no sistema inter-estatal. Muitos países grandes são agora capazes de jogar os seus próprios jogos de xadrez sem ter de pedir licença às duas super-potências de outrora. E eles começaram a fazer isso.

Derrotada a União Soviética, Clinton age para conquistar seus peões e ampliar a OTAN. Mas o grande delírio veio com Bush, que renegou acordos, invadiu o Iraque e quis controlar a Ásia Central
Duas grandes decisões geopolíticas foram tomadas nos anos de Clinton. Primeiro, os Estados Unidos forçaram bastante, e foram relativamente bem-sucedidos, para incorporar os antigos satélites soviéticos do Leste Europeu à OTAN. Tais países estavam ansiosos por este ingresso, ainda que os Estados-chave da Europa Ocidental — Alemanha e França — relutassem de algum modo. Percebiam que a manobra norte-americana também os transformava em alvo, ao limitar a liberdade de ação geopolítica que recém haviam adquirido.

A segunda decisão estratégica norte-americana era tornar-se parte ativa nos realinhamentos de fronteiras na antiga República Federal da Iugoslávia. Isto levou-os a sancionar — e reforçar, com suas tropas — a secessão de facto do Kosovo em relação à Sérvia.

Mesmo sob Yeltsin, a Rússia sentia-se descontente com estas duas iniciativas geopolíticas norte-americanas. No entanto, a desordem politica e econômica naqueles anos era tão grande que o máximo que podiam fazer era reclamar — deve-se dizer que de um modo um tanto débil...

George W. Bush e Vladimir Putin assumiram o poder mais ou menos simultaneamente. Bush decidiu levar adiante as táticas da potência solitária (em que os Estados Unidos decidem por si mesmos como mover suas peças) com muito mais audácia do que Clinton havia feito. Em 2001, recuou do tratado anti-mísseis assinado com a União Soviética, em 1972. Depois, anunciou que os Estados Unidos não se prontificariam a ratificar os novos tratados assinados por Clinton em 1996; o Tratado de supressão dos testes nucleares [Compreensive Test Ban], e as mudanças acordadas para o tratado de desarmamento nuclear SALT II. Para completar, comunicou que Washington manteria seu projeto de militarização do espaço, conhecido como "escudo anti-mísseis".

E, é claro, Bush invadiu o Iraque em 2003. Como parte deste envolvimento, os Estados Unidos vislumbraram e obtiveram direitos às bases militares e de sobrevôo nas repúblicas da Ásia Central — que anteriormente faziam parte da União Soviética. Além disso, promoveram a construção de óleodutos e gasodutos que procuravam tornar desnecessários os sistemas russos. E finalmente entraram em acordo com a Polônia e a República Tcheca para estabelecer pontos de defesa de mísseis, sob alegação de defesa contra o Irã. A Rússia, porém, os viu como voltados contra si.

Duas causas imediatas explicam a guerra. Diante da independência do Kosovo, a Rússia reivindicou direitos iguais. E, sem exército, Saakshvilli acreditou no conto do poder unilateral de Washington
Putin estava disposto a resistir com mais força que Yeltsin. Como jogador prudente, porém, ele se preocupou primeiro em fortalecer sua base, restabelecendo a autoridade central e revigorando o aparato militar russo. Neste período, as marés da economia mundial mudaram, e a Rússia tornou-se de repente um rica e poderosa controladora de reservas e linhas de abastecimento de petróleo e gás natural, dos quais os países ocidentais dependem fortemente.

O presidente russo começou começou a agir. Negociou acordos com. Manteve relações próximas com o Irã. Começou a pressionar os Estados Unidos para fora das bases militares na Asia Central. E se posicionou firmemente contra a extensão da OTAN em duas zonas estratégicas: Ucrânia e Geórgia.

O colapso da União Soviética deflagrou movimentos separatistas em diversas de suas antigas repúblicas, inclusive a Geórgia. Quando, em 1990, a Geórgia buscou acabar com o status de autonomia das zonas étnicas não-georgianas, estas imediatamente proclamaram-se Estados independentes. Não foram reconhecidos, mas a Rússia garantiu sua autonomia.

As causas imediatas para a mini-guerra destes dias têm dupla origem dupla. Em fevereiro, Kosovo institucionalizou sua autonomia de facto. Este movimento foi apoiado por e reconhecido pelos Estados Unidos e por boa parte dos países europeus. A Rússia alertou, na época, que a lógica deste movimento aplicava-se igualmente às secessões de facto nas antigas repúblicas soviéticas. Na Geórgia, a Rússia agiu imediatamente, pela primeira vez, reconhecendo a independência de jure da Ossétia do Sul, em resposta direta aos fstos em Kosovo, Em abril, os Estados Unidos propuseram, durante reunião da OTAN, que a Geórgia e a Ucrânia fossem recebidas, em um plano de adesão chamado Membership Action Plan. Alemanha, França, e o Reino Unido opuseram-se a isso, alegando que seria uma provocação à Rússia.

Neoliberal e fortemente pró-Washington, o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, estava agora desesperado. Ele deu-se conta de que a reafirmação da autoridade georgiana na Ossétia do sul (e na Abkházia) poderia perder-se para sempre. Aproveitou-se de um momento em que a Rússia estava supostamente desatenta (Putin, agora primeiro-ministro nas Olimpíadas; o presidente Dmitri Medvedev de férias) para invadir a Ossétia do Sul. Seu exército fracassou completamente, como era de esperar. Mas Saakashvili imaginou que estivesse forçando a mão dos EUA (aliás, da Alemanha da França também).

Como nota irônica, a Geórgia, uma das últimas aliadas dos Estados Unidos na coalizão no Iraque, retirou todos os 2 mil soldados que ainda mantinha por lá
Ao invés disso, ele teve uma resposta imediata da força militar russa, que esmagou a pequena armada georgiana. De George W. Bush, obteve retórica. Mas afinal de contas, o que Bush poderia fazer? Os Estados Unidos não são uma super-potência. Suas forças armadas estão atoladas em duas guerras sem perspectivas no Oriente Médio. E, mais importante que tudo, eles precisam muito mais da Rússia do que o contrário. O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, frisou, num artigo publicado pelo Financial Times, que a Rússia é um "parceiro do Ocidente no Oriente Médio, Irã e Coréia do Norte”.

A Rússia também controla, em essência, o abastecimento de gás da Europa Ocidental. Não por acaso, foi o presidente Sarkozy da França — e não Condolezza Rice — quem negociou a suspensão do conflito. No acordo firmado entre os dois países, a Geórgia faz duas concessões essenciais. Compromete-se em não mais utilizar a força contra a Ossétia do Sul, e aceita um documento que não faz nenhuma referência a sua integridade territorial.

A Rússia saiu, portanto, muito mais forte que antes. Saakashvili apostou tudo o que tinha e está agora geopoliticamente falido. Como nota irônica, a Geórgia, uma das últimas aliadas dos Estados Unidos na coalizão no Iraque, retirou todos os 2 mil soldados que ainda mantinha por lá. Estas tropas jogaram um papel importante nas áreas xiitas, e agora precisam ser substituídas por tropas norte-americanas, que terão que deixar outras áreas.

Quem joga o xadrez geopolítico precisa conhecer suas regras. Do contrário, corre o risco de ficar emparedado.

sábado, 13 de setembro de 2008

Resíduo



(...)

E de tudo fica um pouco.
Oh, abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.



Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
e sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob os túneis
e sob as labaredas e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito
e sob o soluço, o cárcere, o esquecido
e sob os espetáculos e sob a morte escarlate
e sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes
e sob tu mesmo e sob teus pés já duros
e sob os gonzos da família e da classe,
fica sempre um pouco de tudo.
Às vezes um botão. Às vezes um rato.

D.

sábado, 16 de agosto de 2008

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

POR TRÁS DA TELA

Abril de 2005.

Já que a rede avassaladora transmitirá sua verdade única a milhões de brasileiros, cabe aos veículos alternativos o contraponto. A começar explicando a verdadeira idade desta velha senhora. O fato é que a Globo não tem apenas 40 anos, "idade da loba", como definiu uma sorridente Cristiane Torloni no Jornal Nacional desta segunda-feira (25/4). A questão é que revelar sua própria idade implica, nesse caso, algo mais do que assumir as rugas. Vejamos esse trecho do livro A história secreta da Rede Globo, de Daniel Herz: "No ano seguinte, em 1962, a Globo assinou com Time-Life dois contratos e passou a ser subvencionada por milhões de dólares".

A Globo foi montada com US$ 6 milhões de dólares, enquanto a maior emissora da época, a Rede Tupi, havia sido construída com US$ 300.000,00. Os contratos firmados com o grupo Time-Life resultaram numa CPI que não foi muito longe e não chegou a resultados concretos, embora o acordo violasse a Constituição do Brasil. Sobre o grupo Time-Life, o então deputado João Calmon disse: "é um grupo da linha mais reacionária e mais retrógrada do Partido Republicano, exclusivamente interessado em manter, em países como o nosso, bases anticomunistas" (A História Secreta da Rede Globo, página 93).

De fato, o chamado 'perigo comunista' estava em moda na época. Ocupavam o lugar que hoje é ocupado pela 'ameaça terrorista'. E tanto no passado quanto no presente, os meios de comunicação da mídia grande jamais se preocuparam em contextualizar essa temática, optando por reproduzir, sem questionamentos, o discurso dominante. Nesse sentido, o escritor Roméro da Costa Machado, autor do livro "Afundação Roberto Marinho", vai ainda mais longe e afirma, em um de seus artigos que se encontram logo abaixo, ser um erro analisar o contrato da Globo com a Time-Life simplesmente como um caso de violação à Constituição:

- O escândalo Globo/Time Life não é meramente um caso de um sócio brasileiro (Roberto Marinho) que aceita como sócio uma empresa estrangeira (Grupo Time-Life), contra todas as leis do país. O escândalo Globo/Time-Life é mais do que isso. É antes de mais nada um suporte de mídia que visava apoiar, dar base, sustentação e consolidar a ditadura no Brasil, apoiada e supervisionada pela CIA, por exigência dos Estados Unidos, comandado por terroristas da CIA, como Vernon Walters e Joe Walach, sendo este último com emprego fixo na Globo, como "representante" do grupo Time-Life.

No momento em que a Globo tenta reescrever a história lançando livros e organizando uma festa que promete se alongar durante uma semana inteira de modo a tentar convencer o público de que em sua existência não existem pecados, é importante não deixar que todas essas luzes ofusquem o olhar. Não podemos nos esquecer que a Rede Globo nasceu e se criou em meio a troca de favores com a ditatura apoiada pelos EUA; não custa lembrar da manipulação grosseira, em 1984, por ocasião das manifestações pelas "Diretas Já" ou ainda aquela edição, em 1989, que favoreceu Fernando Collor. E esses são apenas alguns poucos casos. Os que ficaram mais famosos em meio a tantos outros.
(...)


Fonte: http://www.fazendomedia.com/globo40/globo40.htm

terça-feira, 12 de agosto de 2008

. diz (20:59):
tu viu a entrevista do Lula na BBC?

Dio diz (20:59):
nao vi nao, tem no youtube?
Dio diz (21:03):
natasha? ta recebendo meu texto?
. diz (21:05):
tem
. diz (21:05):
desculpa a demora
. diz (21:05):
tava esquentando meu jantar
. diz (21:05):
eu tô vendo agora

Dio diz (21:05):
tudo bem
Dio diz (21:05):
depois me passe
. diz (21:05):
http://www.youtube.com/watch?v=Xncbl6lAigw&feature=related

Dio diz (21:06):
obrigado
. diz (21:10):
tá vendo o vídeo?

Dio diz (21:10):
estou carregando aqui
. diz (21:11):
eu tô vendo aqui tb

Dio diz (21:11):
terminou o do fhc ja?
. diz (21:13):

Dio diz (21:14):
o que achou?
. diz (21:16):
muito interessante
. diz (21:16):
vou colocar no meu orkut

Dio diz (21:16):
uhum
. diz (21:16):
o bicho ficou todo errado com as perguntas do bicho

Dio diz (21:16):
gostei da primeira resposta do lula
Dio diz (21:16):
huahuahuahuahua ficou bem sem graça, parecia que nao sabia o que estava fazendo ali
. diz (21:16):
eu tô gostando até agora do Lula
. diz (21:17):
só alguns errinhos de concordância verbal
. diz (21:17):
mas é aceitável pro ex operário
. diz (21:17):
não é isso que faz dele um bom ou um mal presidente

Dio diz (21:18):
é verdade, me lembro do dia que ele ganhou a primeira eleição... e eu fui malhar feliz da vida, e todo mundo ja estava cansado de me ver ir para a academia com camisa dele...
Dio diz (21:18):
e alguem que nem conhecia chegou para mim e falou "impressionante... um ex operario se tornou presidente... enfim foi escolhido um presidente pela opniao do povo"
. diz (21:18):
é
. diz (21:18):
só não tô entendendo porque Lula tá rindo no meio da entrevista
. diz (21:19):
acho que é falta de respeito..:/

Dio diz (21:19):
na hora que pergunta o negocio da cadeira na onu?
Dio diz (21:20):
engraçado os que criticam a educação de lula... bush nem formado é, ganhou diplona da universidade do tio dele, sem nunca ter assistido uma unica aula
. diz (21:21):
outro momentos também
. diz (21:21):
eu sei disso
. diz (21:22):
mas tô achando que Lula ficou meio mal nessa segunda parte da entrevista
. diz (21:22):
:/

Dio diz (21:22):
humm, nao cheguei la ainda
. diz (21:22):
tipo
. diz (21:22):
ficou e não ficou
. diz (21:23):
vc vai ver o porquê
. diz (21:23):
ele falou "ingrêis" =~

Dio diz (21:24):
huahuahuahuahua vo chegar la
Dio diz (21:28):
é ele ri bastante na entrevista.... mas nao sei se pode ser encarado como algo negativo pelo entrevistador
. diz (21:29):
eu não curti

Dio diz (21:29):
é um pouco estranho as vezes mesmo
Dio diz (21:30):
foda eh que o cara as vezes interrompe lula
. diz (21:30):
"se eu conseguisse resolver, em 4 anos, os descasos de 500 anos, eu não seria um presidente, eu seria Deus"
. diz (21:30):
às vezes?!
. diz (21:31):
o tempo todo, omi!
. diz (21:31):
aff

Dio diz (21:31):
huahuahuahuahua é
Dio diz (21:31):
meio grossinho o cara
. diz (21:31):
e Lula, educado, sempre se cala pra ouvir
. diz (21:31):
FHC
. diz (21:31):
ficava o tempo todo falando por cioma
. diz (21:31):
cima
. diz (21:31):
do entrevistador
. diz (21:31):
e engraçado

Dio diz (21:31):
ate o tradutor fica perdido
. diz (21:31):
é que pra entrevistar o FHC
. diz (21:31):
foi um cara polido, educado
. diz (21:32):
pro de Lula
. diz (21:32):
foi um cara mais "ousado"
. diz (21:32):
fica fazendo umas perguntas bem do tipo
. diz (21:32):
"encurraladoras"
. diz (21:32):
querendo colocar ele contra a parede o tempo todo

Dio diz (21:33):
é, estou vendo isso, e ele fica com uma cara de puto, diabo é
. diz (21:33):
o cara acabou de dizer que ele não pode culpar a história pela corrupção do partido dele
. diz (21:34):
mas de certa forma, ele pode fazer uma conexão com isso SIM
. diz (21:34):
pq é aquilo que eu disse, é da cultura do brasileiro querer sempre tirar vantagem
. diz (21:34):
não é só no congresso
. diz (21:34):
é até o vendedor de pipoca
. diz (21:34):
no cobrador do ônibus
. diz (21:34):
isso rola direto
Dio diz (21:34):
infelizmente
. diz (21:34):
e eles, como brasileiros, fazem parte dessa cultura
. diz (21:35):
só que eles, têm propagação na mídia
. diz (21:35):
e, além disso
. diz (21:35):
não houve o engavetamento
. diz (21:35):
de 600 arquivos
. diz (21:35):
como houve no governo de FHC
. diz (21:35):
falam como se o governo do Lula tivesse sido o primeiro a ter problemas com corrupção
. diz (21:35):
isso ocorre desde sempre
. diz (21:36):
desde os tempos do Brasil colonial
. diz (21:36):
e até hoje
. diz (21:36):
desde os prefeitos das cidades mais longínqüas
. diz (21:36):
pô!

Dio diz (21:37):
é sim... é complicado...
. diz (21:37):
lá vai o cara falar sobre a crise de alimentos
. diz (21:37):
pq o Lula tá usando a cana de açúcar pra produzir bio combustíveis
. diz (21:38):
já tá provado por A + B que isso não vai afetar
. diz (21:38):
o suprimento de comida
. diz (21:38):
por assim dizer
. diz (21:38):
aff
. diz (21:38):
não sei onde foi que eu vi
. diz (21:38):
que os EUA usavam uma forma de obtenção de energia
. diz (21:38):
que era super cara
. diz (21:38):
e rendia quase nada
. diz (21:38):
não lembro se era milho
. diz (21:38):
e ninguém falava nada
. diz (21:38):
que filho da puta
. diz (21:39):
eu sei que parece que eu tô sempre querendo justificar os erros atuais com os erros do passado
. diz (21:39):
mas é necessário que se tenha consciência de que o passado é o que constrói o presente, porra
. diz (21:39):
e quando eu não concordo com alguma decisão do governo, eu falo mesmo
. diz (21:39):
eu não sou também nenhuma sonhadora
. diz (21:40):
que acredita na total prudência do partido, do presidente
. diz (21:40):
eu sou coerente

Dio diz (21:40):
uhum
. diz (21:40):
no dia que Lula fizer uma bosta, eu vou dizer
. diz (21:40):
puta, que bosta
. diz (21:40):
ora

Dio diz (21:40):
é foda, eu queria ver tudo perfeito, para realmente sentir um enorme orgulho de ser brasileiro...
Dio diz (21:40):
mas parece que qualquer presidente que entre, ja existe um arranjadinho de corruptos, que ele tem que no minimo se omitir
Dio diz (21:41):
como no filme de tropa de elite.... o sistema ja esta tao ferrado...
Dio diz (21:41):
que aqueles que entram pensando em mudar e melhorar, sao os que mais sofrem
. diz (21:43):
poizé
. diz (21:43):
e eu já tô ficando puta
. diz (21:43):
com a cara desse entrevistador
. diz (21:43):
que cara de filho da puta que ele faz
. diz (21:43):
ele interrompe o Lula o tempo todo e ainda fica fazendo cara de bosta
. diz (21:43):
vai tomar no olho do cu

Dio diz (21:44):
teve uma hora que lula ficou bravo mesmo, quando estava falando aquela parte dos 500 anos ser arrumado em apenas 4
. diz (21:44):
é
. diz (21:44):
ficou um pouco
. diz (21:44):
mas não foi deseducado

Dio diz (21:44):
é
. diz (21:45):
PEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEGA, PORRA
. diz (21:45):
CHEGA ME ARREPIEI AQUI AGORA
. diz (21:45):
\\\\\\\\\\\,,\\\\\\\\\\\\\

Dio diz (21:45):
que parte? que foi?
. diz (21:46):
o cara falando que não fazia sentido o Brasil querer tirar os hectares que iam produzir alimento
. diz (21:46):
pra produzir o bio combustível
. diz (21:46):
daí o Lula disse

Dio diz (21:46):
eu to vendo esta parte... acabou de dizer que os culpados pela poluição sao os paises desenvolvidos
. diz (21:47):
"Eu me sinto obrigado a te convidar a ir ao Brasil
. diz (21:47):
pq existem para agricultura, 400 MILHÕES DE HECTARES
. diz (21:47):
e pra o biocombustível, apenas UM POR CENTO é usado"
. diz (21:47):
pegue
. diz (21:47):
fdp

Dio diz (21:48):
huahuahuahuahuahua
. diz (21:50):
muito boa
. diz (21:50):
adorei




Desconsiderem os meus palavrões.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Boa.

"Durante debate em uma Universidade, nos Estados Unidos, fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha.

De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da Humanidade.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza especifica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."

Identificação?..

Fernando Pessoa



Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,


Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
"(....) a realidade é a febre do libertino, a taça na mão, a lascívia nos lábios, e a mulher seminua, trêmula e palpitante sobre os joelhos.

- Blasfêmia! e não crês em mais nada? teu ceticismo derribou todas as estátuas do teu templo, mesmo a de Deus?

- Deus! crer em Deus?! ... sim! como o grito íntimo o revela nas horas frias do medo, nas horas em que se tirita de susto e que a morte parece roçar úmida por nós! Na jangada do náufrago, no cadafalso, no deserto, sempre banhado de suor frio do terror que vem a crença em Deus! Crer nele como a utopia do bem absoluto, o sol da luz e do amor, muito bem! Mas, se entendeis por ele os ídolos que os homens ergueram banhados de sangue, e o fanatismo beija sua inanimação de mármore de há cinco mil anos...não creio nele!
- E os livros santos?
- Miséria! quando vierdes falar em poesia eu vos direi: aí há folhas pela natureza ardente daquela terra como em Homero as sonhou, como a humanidade inteira ajoelhada sobre os túmulos do passado nunca mais lembrará! Mas, quando me falarem em verdades religiosas, em visões santas, nos devarios daquele povo estúpido, eu vos direi: miséria! miséria! três vezes miséria! Tudo aquilo é falso: mentiram como as miragens do deserto! "


( Álvares de Azevedo )

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Óptica

E o que é o amor senão um devaneio ébrio? Uma idealização, um kitsch sentimental, uma utopia irresoluta?

Quanto tempo se leva para dizer "eu te amo"? E quanto tempo se leva pra não amar mais?
Se o ser já é efêmero, o amar é um estado ainda mais transitório dentro do campo da efemeridade.

Quando um casal troca juras de amor, aquilo é mesmo amor? E quando eles terminarem, aquilo foi mesmo amor? Frágil assim, como vento na areia?

Fomos compelidos a amar, fomos obrigados a achar que o amor é uma das essências humanizadoras. Até que o "amor" se tranformou numa banalidade.

Tem quem diga que o amor faz parte da volúpia. Tem quem defenda Platão.
Tem quem não acredite. Tem quem não se importe. E tem quem não suporte a "insustentável leveza do ser".

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Leituras

A irrelevância da Mídia - Por Josias de Souza (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/)


A indústria da informação, sobretudo a impressa, está numa encruzilhada. Com a circulação estagnada, os jornais lutam para seduzir novos leitores. O público, porém, emite sinais de que considera o conteúdo dos jornais cada vez mais irrelevante.

Na época em que o país estava submetido a três poderes efetivos –Exército, Marinha e Aeronáutica— costumava-se atribuir à imprensa importância capital na cruzada da resistência. Ao ecoar as ruas na campanha das Diretas-já, os jornais ajudaram a empurrar a farda de volta para os quartéis.

Restabelecida a democracia, o Collorgate tonificou a musculatura dos meios de comunicação. Teve-se a impressão de que a imprensa exercia, de fato, o quarto poder.

Sob FHC, a imprensa tardou a acordar. Só depois de uma fase de namoro se deu conta de que estava diante de um presidente afeito à maleabilidade ética.

A caída em si não foi generalizada. Alcançou apenas parte da mídia. Ainda assim, sobrevieram os escândalo da compra de votos da reeleição, as privatizações trançadas “no limite da irresponsabilidade”, as malversações da Sudam e outras cositas.

Graças à exposição negativa, FHC é hoje um dos ex-presidentes mais impopulares. Tão impopular que o PSDB cuida de escondê-lo na campanha. Escalando essa aversão, Lula chegou à presidência em 2002. E com ele veio a má notícia para a imprensa: o brasileiro deu as costas para o noticiário, eis a novidade.

Poucos governos mereceram da mídia exposição tão negativa quanto a administração petista. As perversões atribuídas ao PT e a Lula foram alardeadas à saciedade. A despeito disso, o eleitorado atribui ao presidente um volume de intenções de voto que, por ora, humilha os concorrentes. Humilha também a mídia.

Poder-se-ia argumentar que o eleitor pobre de Lula não lê jornal. Bobagem. A crise ética ganhou também nos meios de comunicação eletrônicos. E não há casebre brasileiro que não disponha de um aparelho de rádio ou de televisão.

No segundo semestre de 2005, os analistas políticos tiraram do noticiário que produziram as suas próprias confusões. Onze em cada dez comentaristas difundiu a idéia de que a reeleição de Lula estava ameaçada.

Vítima de si mesma, a mídia está na bica de virar, ela própria, notícia. Sua “desimportância” reclama estudos e análises aprofundadas. Seu propalado poder de influência, seu festejado papel de formador de opinião está em xeque.

Como que exausto da reiteração dos escândalos, o (e)leitor emite sinais de que já não vê diferença entre os políticos. Considera-os, indistintamente, corruptos. Priorizam os seus interesses pessoais em detrimento de valores coletivos como a ética.

Se os meios de comunicação fossem levados a sério, Lula deveria estar debatendo agora com os tribunais, não com os eleitores. Acomodados num dos pratos da balança, em contraposição aos escândalos, os feitos de seu governo até poderiam conferir-lhe certa competitividade eleitoral. Mas o favoritismo que ostenta, por ora acachapante, é o sinal mais eloqüente de que os meios de comunicação tornaram-se irrelevantes aos olhos da maioria da sociedade.

Não preciso nem comentar muita coisa, né? Pelo amor de Deus.
Conversando com um estudante de história da UFRN amigo meu, sobre justamente valorização do ensino, falta de leitura e afins, chegamos no assunto "manipulação da mída". Curiosamente, no dia seguinte me deparo com esse texto.

Um belo exemplo disso é a Globo.
Já falei aqui antes sobre as atitudes incomodantes da Globo. É muito impressionante, né? Ela adora enaltecer os tucanos. Na eleição presidencial que elegeu Lula como vencedor, a Globo liberou aaaltos atores e atrizes pra fazer participações das propagandas de campanha de Serra. Não sei se todo mundo se lembra, mas eu achava aquilo uma apelação revoltante. Fora que todo mundo sabe que a Globo adora cair em cima do governo de Lula. Pouco se fala da estabilidade financeira, o risco Brasil caindo, os salários míninos dobrados.. Mas quando o preço dos alimentos sobe, já é assunto pra culpar o presidente. Até porque sempre tem aquela de: quando o país tá bom, é graças ao presidente. E quando está na merda...também é graças a ele! O problema é que nem tudo é culpa do presidente - logicamente -, mas é muito cômodo ter alguém pra culpar.

As CPIs? O assunto foi batido, rebatido e batido denovo. Como se o Brasil, antes do Lula, tivesse um histórico de transparência política. A corrupção no Brasil existe desde os tempos em que o voto era marcado no bico da pena!
Claro, não é porque um foi escroto que vamos todos ser também. Mas tenha santa paciência, velho, ninguém agüentava mais aquilo no Jornal Nacional.

A Rede Globo, só pra vocês terem uma idéia, apoiava a ditadura.
Preciso dizer mais alguma coisa?!
A Tv Tupi, que foi contra ela, foi fechada. E a Globo? Está aí até hoje.
Muito hipócrita da parte dela ter apoiado a ditadura - lembrando que o golpe militar no Brasil e uma série de outros golpes ocorridos na mesma época foram financiados pelos Estados Unidos, que estavam com medo de que o perigo vermelho se espalhasse no mundo - e agora reproduzir propagandas incentivando o voto.

A Globo é "pau mandado" dos Estados Unidos também. Pelo jeito, de quem pagar melhor. Eu sempre me perguntava porque sempre se divulgava a desgraça dos norte-americanos pelo atentado de 11 de setembro, mas nunca a desgraça dos Iraquianos, que foram invadidos a troco de nada. Porque não??

Enfim, eu sei que esse filme já é batido, mas quem por ventura ainda não assistiu, assista: Fahrenheit - 11 de Setembro, do Michael Moore. Inclusive, bato palmas pro Michael Moore, só pra começar, pela sua coragem de ter posto tudo o que pôs nesse filme. Talvez o FBI só não tenha "dado um jeito" nele até hoje pela figura pública que ele é. Os Estados Unidos são craques em "silenciar" seus problemas por meios...duvidosos?


E falando sobre campanhas..:

Revista ISTOÉ (30/08/2006)

ISTOÉ – O sr. é a favor do fim do voto obrigatório?

Marco Aurélio – Sim. Sou favorável ao voto facultativo. Deixar o voto apenas como um direito, e não como um dever. Não cabe persistir com o voto obrigatório de pessoas que comparecem sem ter a mínima noção do que farão no dia da eleição e que número digitarão na urna eletrônica.

ISTOÉ – Isso não multiplicaria a alienação da população do processo político?
Marco Aurélio – Nós teríamos, de fato, a ausência de muitos eleitores. Mas teríamos a participação, com uma concretude maior, dos eleitores conscientizados. Agora, você veja o paradoxo: obriga-se o voto e dá-se ao eleitor o direito de anulá-lo. Será que o objetivo é esse?

ISTOÉ – Mas o voto nulo não é um direito, um posicionamento político?
Marco Aurélio – A omissão é uma fuga à responsabilidade quanto ao futuro do Brasil. É não perceber que a eleição repercute nos anos seguintes. Essa história de só olhar para o umbigo, para as questões individuais, está no campo da miopia absoluta.


* Marco Aurélio Mello é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE )

Essa questão do voto nulo é delicada, né?..
Fui ler esse trecho da entrevista para um dito cujo que havia votado nulo e ele me respondeu que fez isso com um propósito e não com um despropósito..
Segundo ele, existe uma lei que diz que se os votos nulos somarem uma porcetagem alta "x", a eleição deve ser 'cancelada' e os canditados reavalidados. Ou seja, tem alguma coisa errada.
Parece inteligente mesmo. Quando eu vou votar e me vejo em um mar de corrupção, sempre penso "vou votar no menos mal". E prefiro fazer desse jeito.
Apesar de só ter votado uma vez, por causa da abertura pro voto facultativo a partir dos 16 anos, eu tenho noção da dimensão do voto e convivi com uma família que sempre teve "um pézinho" nas questões políticas, tanto de esquerda quanto de direita.

E concordo com o Marco Aurélio; tem muita gente que mesmo tendo acesso às informações é ignorante. Muita gente que vende voto ou que se deixa levar por algumas palavras bonitas. O voto facultativo seria uma ótima opção. Além do que, evitaria as filas. Hahaha.

quinta-feira, 17 de julho de 2008




Paródia de uma propaganda francesa contra o Plano Marshall.
Meu forte não é o desenho...e sim a crítica.

Post curto..Inspiração de uma indagação vinda de leitura sobre o fim do socialismo: É possível um regime socialista viver em um mundo onde o capitalismo é predominante?
Hm.

Tira pelas NEPS, perestroika..
Por exemplo; há uma estiagem ou outro problema qualquer que afete a produção agrícola sobre produtos de consumo básicos. Como fazer? Deixar a população com fome?

Eu acho que o problema da União Soviética foi a Guerra Fria. Ela se fechou pro capitalismo, mas investiu apenas na indústria de base, bélica e astronômica. Corrida armamentista e intelectual, competindo com os Estados Unidos; Chegando a um ponto em que mandaram o primeiro satélite artificial pro espaço e competiam de igual pra igual em se tratando de poder nuclear com o inimigo capitalista; mas não conseguiam produzir máquinas eficientes pro trabalho agrário.


E sobre os Estados Unidos, uma coisa que eu acho muito engraçada.
A sede da ONU fica em Nova Iorque. E, obviamente, a vontade norte-americana tem muito peso nas decisões dela..até porque, eles fazem parte dos cinco assentos permanentes de lá. E, supostamente, a ONU deveria lutar pela paz mundial. Quando ela discordou sobre a invasão do Iraque, o Bush foi lá e invadiu, do mesmo jeito. E olha só, que curioso: justamente quando suas reservas de petróleo tem previsão pra acabar! Fala sério..
São hipócritas demais. Falam e falam sobre os pobrezinhos que morreram no SUPOSTO ataque de 11 de setembro - existem muitas provas irrefutáveis que apotam para fraudes - mas não falam sobre os civis que eles atormentam e matam, A TROCO DE QUÊ, MEU DEUS?
Só pensam em dinheiro.

Mas o pior são os cidadãos norte-americanos apoiando tudo isso. Claro, patriotismo lá comanda. Falar mal do presidente é não ser patriota. Apoiar as decisões do governo é seu dever.

Por falar nisso, super bem contextualizados esses cidadãos, ein?
Repara só: http://www.youtube.com/watch?v=quu_1QwFEEU

Vê isso e depois a gente conversa.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Devaneio II - Da morte - Schopenhauer

O que seremos é futuro, se tomando o tempo cronológico, que nunca retarda. Mas se o "futuro" é um estado já vivido antes de sermos, não se trata do passado? Segundo Schopenhauer, não importa; o que importa é que a consciência de que o estado inerte de quando não éramos, antes de nascer, é o mesmo de quando deixaremos de ser, através da morte.
Então, o apego à vida seria algo irracional, assim como o temor da morte, considerando que o ser é apenas um estado intermediário e efêmero entre o não ser.
A esse respeito, podemos relacionar os galdiadores - expemplo de sua autoria -, separando-os entre os nobres dignos e os tolos.
Aqueles que imploram pela vida, despertam maior vontade de serem mortos do que aqueles que lutam bravamente, com coragem.
Schopenhauer dá ênfase à questão das religiões, criticando aquelas que incitam o homem a se amarrar à sua existência, quando a essência desta é o temor da morte, o qual ele designa como ignorância.
Um animal irracional teme a morte mesmo não sabendo a existência dela. E teme não só pela morte de si mesmo como pela morte daqueles que o rodeiam, como fazemos nós também.

O conhecimento seria, portanto, o único subterfúgio capaz de enobrecer o homem quanto a esse aspecto.
São suas palavras: " A perda de algo de que não podemos constatar a essência não é nenhum mal: quem o poderá negar? Assim, tonar-se não-ser não pode nos afetar, da mesma forma que o não-ter-sido ".

Apesar da fuga da morte carecer de conhecimento, ela é um elemento essencial aos seres vivos, porque essa constitui a vontade, que é a vontade cega de vida.

Então, saímos de um estado latente, passamos a ser e com a morte orgânica voltaremos a ele? Acho bom que a minha religião me explique que eu não era nada antes de nascer. Schoupenhauer fala sobre o hinduísmo e religiões afins..
Eu me sinto suficiente na minha, sabendo que nasci com um propósito, assim como morrerei com um e não deixarei de existir com isso.
Imaginar que nascemos "do nada" e deixaremos de existir após a morte é meio assustador..mas talvez essa ideologia faça com que algumas pessoas vivam intensamente cada dia, já que 'só se vive uma vez'.

terça-feira, 3 de junho de 2008

http://www.youtube.com/watch?v=K5AeWszY5Xw&feature=related

Um banho ufanista para lavar a alma de uma Alemanha arrasada.

domingo, 18 de maio de 2008

Clichê




É muito clichê se eu pergunto onde é que nós vamos parar?
Ou eu deveria mudar para..Nós vamos parar?!

Virou clichê se dizer que há dez, ou até cinco anos atrás, era possível ficar na calçada de casa até às dez horas da noite, sem muita alarde, sem qualquer tipo de preocupação psicótica sobre alguém que pudesse te abordar na intenção de te fazer mal; E que agora nós vivemos em prisões domiciliares, gastando rios de dinheiro com instalação de câmera, segurança, cerca elétrica, prologamento do muro, sistema de alarme...e por aí vai.

Será essa a prova de que a sociedade caminha rumo à ruína?
Será que a sociedade, como um todo, aceita os preceitos básicos de existência da própria vida? No sentido de nascer, crescer, se reproduzir e..morrer? Nós nos espalhamos por aí, evoluímos na ciência, na tecnologia, na filosofia e depois estamos matando uns aos outros? Nós criamos o médico e o monstro.

E eu podia aqui falar sobre uma séééérie de fatores que levam à marginalização de certas camadas da população, gerando violência, criminalidade..
O que também virou clichê, né? Nós tentarmos entender o mal que nós criamos..

Se eu fosse me enveredar pro lado do meu pai e seus pensamentos pró-família, eu poderia falar sobre a falta de educação e a importância dela mesma, que deve ser dada pelos pais. A verdade é que, sob esse aspecto, falta uma dose de conservadorismo. Eu defendendo os conservadores?! Hahahaha.. Veja bem, eu apenas acho que o papel dos pais na vida de um filho ainda é encaminhá-lo para bons caminhos. E não é, oras? É certo que muitas coisas nessa vida só se aprende na rua, convivendo com outras pessoas, saindo da teoria e indo pra prática. Mas ter alguém que te dê um parâmetro sobre o que é certo e o que é errado é muito importante, principalmente pra cabeça confusa de adolescentezinhos e inocente de crianças. Ou eu estou errada?

À quem nós podemos culpar? Hoje em dia se casa e se descasa como quem troca de roupa. Os filhos se tornam um impecilho para que os pais separados levem sua vida adiante. Uma chaga de um erro do passado. Talvez isso se deva à precocidade das coisas nos tempos atuais. E fazemos tudo em ritmo acelerado. A galera casa cedo, sem ter noção do que é um casamento. É mais como uma diversãozinha. "Vamos casar e morar juntos pra ver como é brincar de ser adultos". Se não tem maturidade pra ter um filho, porque raios põe no mundo?! Não entendo esses paradoxos. E não me venham com papo de ingenuidade. Educação sexual se vê até na escola. Camisinha se distribui no posto. Então nós temos esses bastardos, filhos de ninguém, com o ninguém para os amparar.

Penso que a mente é como um molde de barro. A gente tem que modelar direitinho antes que o vento sopre e massa fique seca, dura, imutável. E "a gente", são os pais, é claro. O problema é que às vezes os escultores são pessoas quaisquer pelo mundo a fora. Ora, o que um bando de jovens pode saber a mais do que uma pessoa com no mínimo uma década adiante de vida do que eles? Às vezes nós pensamos que nossos pais são ingênuos, "porque as coisas mudaram do tempo deles para cá". Mas acredite, eles não são. Não há como não ter consciência da realidade. Só se eles não quiserem enxergar é claro. E como diz a expressão poupular, o pior cego é aquele que não quer ver.

As coisas andam tão precoces, que quando eu era criança, minha imagem de ladrões e assaltantes, era sempre de um homem adulto. Ora, eu já fui ameaçada por um moleque menor do que eu com um pedaço de ferro pontiagudo na mão! E parando pra pensar, todos os assaltos e tentativas de assalto que eu sofri foram por pessoas com menos de 20 anos. Bingo.

É lóóógico que tem a questão social, o capitalismo excludente e tal. Mas, cara. Eu tenho certeza absoluta de que eu nunca fui assaltada por alguém que estivesse passando por necessidades e que quisesse apenas sobreviver.

Saindo da rave hoje, os dois carros que vieram comigo haviam sido 'violados', por assim dizer. Dois moleques, tendo um taxista ( olha que absurdo! ) como cúmplice, quando nos viram saindo, correram, pegaram umas sacolas em cima das árvores e foram embora. E eu ainda disse "Esses moleques estão aprontando alguma coisa...". Quando chegamos nos carros, tínhamos um som, uma bolsa, dinheiro, um par de tênis roubados e um vidro quebrado por uma pedra.

Ah, eu tenho que relevar, por causa do ambiente já era de se esperar?
Cara, eu fui assaltada duas vezes na esquina de casa e a moça do Pet Shop que veio entregar a cadela, foi assaltada NO PORTÃO da minha casa, por volta do meio dia. Tem noção isso? Puts.

É por isso que eu vivo paranóica. Não existe mais um "horário propício" para assalto e nem um perfil de assaltante para ficar alerta. Pode ser qualquer pessoa, à qualquer hora do dia.

E o pior é que quando eu fui assaltada pela última vez, eu "não pude" ir até o posto policial pra dar queixa. Dar queixa pra que? Para eles pegarem o cara, ele passar uns dias na cadeia e depois marcar minha cara? Querer se vingar por que eu fiz algo contra ele? É foda - desculpe a expressão -, mas é verdade. Fora a polícia corrupta e tal...mas isso dá muito mais pano pra manga, já falei demais.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

"Cidadezinha Qualquer"

Às vezes eu tenho a impressão de que algumas cidades estão fadadas a estagnação econômica e estrutural.
Parece que as pessoas que circulam viraram parte da paisagem..e são as mesmas de cinqüenta anos atrás. Elas não mudam, elas não se mudam, elas não querem mudar.

Talvez seja confortável pra elas passar pelas mesmas paredes, mesmo que estas estejam ficando esburacadas e feias..a prova de que ainda estão lá é o motivo pelo qual as pessoas continuam existindo. Enquanto as antigas paredes, estações, árvores e casas não ruírem em pó, ainda não é época de mudar.
E parece que tudo é feito em pró disso. Ninguém pensa grande. Todo mundo têm as mesmas idéias sempre. Abre um botequinho aqui..uma lojinha de bolo ali...

Afinal, a cidade foi planejada pra isso. É, não é?
Para esses cidadãos "old fashion", antiqüados, antigos, cheios das velhas e boas (?) maneiras.
Só aqui você vê um gatinho de rua sendo alimentado pelos moradores da rua em questão. Só aqui você vê gente andando de cavalo no meio da rua. Por aqui, as pessoas param pra olhar os soldadinhos do corpo de bombeiros marchando pela praça. Por aqui há praça! Praça como ponto de encontro. É como o shopping da cidade. As pessoas se encontram pra tomar sorvete, pra sentar juntas no banco da praça, fumar um cigarro, encontrar os amigos, andar de skate, ver os fiéis na missa, comprar pipoca, esperar a namorada sair do salão, encontrar o namorado, trazer as crianças pra brincar.
Perto das praças, as senhoras puxam as cadeiras até às calçadas e falam sobre a família, as compras, a casa, a vida dos outros.
E os eventos da cidade são nas praças. Os eventos religiosos, o dia da independência. As praças ficam lotadas e são os únicos dias do ano que se tem um pseudo-engarrafamento no trânsito.
Por aqui, não é possível andar sem cumprimentar ninguém. Todo mundo se conhece e tem aquela maldita cumplicidade. Todos sorriem, por uma questão de educação. E esperam que você sorria de volta. Então você fala com o tio das balas, o tio da parada de ônibus, o cara que trabalha na oficina, as cabelereiras, o dono da locadora de vídeo, a dona do gato que a sua gata cruzou, a moça do Pet Shop, a que trabalha na padaria, o que vende canjica..
Todos os dias, as mesmas coisas, desde que eu me entendo por gente morando aqui.
Sei lá, acho que deve proporcionar algum sentido de segurança. Saber que está tudo do mesmo jeito e tal. Parece que ninguém quer mudar nada e que o certo é assim mesmo. Novidades poderiam abalar a paz que reina sobre a cidade..
Não é que as pessoas estejam submetidas a coisas pequenas, elas gostam das coisas pequenas. Ser dono de uma gráficazinha, de uma lojinha de costuras. As outras necessidades ( se as têm ) são pras cidades grandes, vizinhas.

Quantas vezes eu não ouvi calada sobre "a filha revoltada do médico" que se tatuou inteira? "Que futuro tem uma garota dessa? Fazendo psicologia? Eu é que não iria me consultar com essa louca." Sobre a "devassa sapatão drogada" que morou aqui do lado. Todo mundo sabe da vida de todo mundo e todos ( ou quase todos ) prezam por uma boa reputação. A verdade é que mesmo sem querer saber, você acaba sabendo o que aconteceu na vida dos outros. As pessoas adoram falar, deve ser uma de suas ocupações, uma forma de lazer. Eu fiquei sabendo quando o vizinho da frente saiu de casa porque estava com outra mulher. Fiquei sabendo quando descobriram que o outro vizinho estava usando drogas. Fiquei sabendo quando o cachorro do outro morreu...e todas essas coisas inúteis.


"Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus."

Drummond.




Preciso dar o fora daqui.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

O pesadelo norte-americano

"Os Estados Unidos da América é o país dos sonhos". "O sonho americano". O país das oportunidades, onde todo mundo tem chance de crescer na vida.
Para começar, "A América"? Somos nós também uma América, apesar de muitos esquecerem disso. E segundo: nenhum estrangeiro é visto com bons olhos lá. Pelo contrário, são vistos com maus, péssimos olhos, olhos de preconceito e maus tratos.

A verdade é que eles são os reis da hipocrisia, especialistas na distorção da realidade, capazes de utilizarem os sentimentos humanos mais nobres como manobras para conduzi-los no cabresto. E sendo detentores da maior economia mundial e de 70% de todas as imagens que circulam no mundo, é fácil entender como os Estados Unidos conseguem manipular as massas. Não só as de outros países, como o seu próprio povo.

E por falar em povo..que belo exemplo de seres humanos, ein?
Todo mundo enche a boca pra falar de Hitler, da matança em massa dos judeus, negros, homossexais..
Peraí. A Segunda Guerra Mundial aconteceu em meados de 1942, 1945. Desde de 1800 e lá vai cacetada que os norte-americanos brancos propuseram a segregação racial, movimento no qual, não somente eles não aceitavam que brancos e negros andassem na mesma rua, calçada, ônibus, como freqüentassem as mesmas escolas, bares e tudo o que você possa imaginar!
Por que não dar enfoque a isso?
Será que todo mundo conhece a história de Martin Luther King? O Padre que foi assassinado por ser um negro que pregava uma forma de rebelião PACÍFICA, baseada nos métodos de Gandhi - desobediência civil - para que a realidade de seu povo mudasse? Isso não foi um ato cruel, desumano e porco?

O país, pai do capetalismo, conseguiu difundir seu modelo econômico a força, sem que muita gente percebesse.
Depois da Revolução Cubana, da derrota norte-americana na Baía dos Porcos, o país que servia de puteiro estadunidense, provou que é possível sim derrotar um gigante. Seria a primeira não-vitória deles. Toda a política externa deles mudou. Cuba se torna socialista. O presidente Kennedy treme nas bases. Como é que eles puderam permitir que revoltas locais de um país subdesenvolvido tomassem-lhes o poder? E ainda instaurassem o socialismo?!

Era uma calamidade e eles precisavam fazer alguma coisa para que essa epidemia socialista não ganhasse o mundo. E fizeram.
A partir dessa época, uma série de golpes ao poder aconteceram, por pressão norte-americana. Incluvise a do Brasil. Por isso o ataque maciço a tudo o que representasse comunismo naquela época.
Além disso, realizaram o que eles chamaram de "Aliança para o Progresso".
Um jeito desfarçado de oferecer dinheiro para os países subdesenvolvidos, para que estes ficassem dependentes do seu capital e para que o capitalismo estruturasse bem suas bases.

A segunda grande derrota, mais conhecida, foi a Guerra do Vietnã. Os Indochineses tiverem que lutar contra as forças francesas, japonesas, soviéticas e norte-americanas. Primeiro, a colônia francesa é ocupada pelos japoneses, os quais são derrotados e desocupam as terras, voltando para o dilema francês. Depois, os franceses se retiram e então, os soviéticos que estavam no norte, também, deixando um importante legado: um governo comunista. Tínhamos um norte comunista e um sul capitalista. ( Uma breve contextualização ).
Os E.U.A., que NADA tinham a ver com a história, metem o nariz no meio da confusão - mais uma vez -, pra garantir o não avanço do comunismo. E o que ganham é uma derrota humilhante, após 16 anos de batalhas.
Os soldadinhos americanos não contavam com o sistema de guerrilhas utilizados pelos vietnamitas. Muito menos com o clima e a vegetação locais.
E, como era de se esperar, todos os filmes produzidos pelo lado perdedor, os mostram como coitados. Qualquer leigo no assunto termina o filme com pena dos "pobres soldados americanos que deram a vida pelo seu país". Deram a vida foi pelo sistema que é resposável pela miséria de milhões, inclusive dentro de seu próprio país. E de coitadinhos, não tiveram nada.
A Guerra do Vietnã, foi a primeira guerra a ser veiculada na mídia sem cortes, sem a editação da imprensa norte-americana - ao contrário do que acontece com a Guerra do Iraque. Só se fala nos soldados que eles perderam. E os milhões de civis que eles matam SEM MOTIVO NENHUM?! Manter a ordem?! Através de matança? Instalar a paz matando pessoas inocentes? Ainda estão procurando Bin Laden ou armas químicas/nuclerares?!?!
Bem, sabemos que os pobres soldadinhos destruíam e matavam comunidades inteiras, não perdoando mulheres e crianças. A foto mais conhecida que retrata essa realidade é esta:



A criancinha nua corre após ter sido banhada com nada mais nada menos do que o Napalm, um líquido inflamável que queima a sua pele instantâneamente. Segundo a Wikipédia, "consiste na desoxigenação do ar envolvente e aumento da concentração de Monóxido de Carbono os quais provocam asfixia".

Tadinhos, né?

Quero saber é quando eles resolverem invadir a Amazônia.
Neguinho não tá preocupado, mas eles estão de olho. Há pouco tempo, foi um escândalo quando os livros de greografia de lá mostraram a Mata Amazônica como patrimônio da humanidade. Mas parece que isso não é foco de interesse agora..Como diz aquele velho ditado, nós só damos valor as coisas quando perdemos, né? Fazer o que..

Pelo menos, um trunfo nós temos ao nosso lado: nós somos a única potência do mundo com exército treinado para nosso clima. O que nos falta é armamento..

Não que eu apóie a violência. Mas não podemos ficar de braços cruzados, assistindo outra nação roubar nosso patrimônio natural.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Post de homenagens

No dia 18 de março de 2008, o geólogo Patricio Americano - meu pai - recebeu, no Salão Nobre do prédio sede da Petrobras, no centro do Rio de Janeiro, a notícia e o prêmio por sua vitória pelo primeiro lugar no Prêmio Petrobras de SMS 2008 enfocando o tema saúde.

Nós, natalenses, temos a mania de dizer que Natal é um ovo. Sim, é um ovo..é pequeno demais, todo mundo se conhece, ou já ouviu falar de outrem. Mas o que me dizem disso:
O prêmio foi entregue ao meu pai, pelo diretor executivo de Exploração & Produção - Corporativo, o senhor Francisco Nepomuceno Filho, que foi estudante da Unicamp, onde ensinava Irã, primo de meu pai e, portanto, seu ex professor.

Estou fazendo esse texto, porque, primeiramente, meu pai chegou do trabalho ontem, depois de passar um mês fora, e então, nos contou mais sobre a premiação, o projeto e afins.

O prêmio foi dado ao meu pai e a um colaborador, o técnico de exploração Antônio de Fátima Lima, com quem meu pai fez questão de dividir a bonificação em dinheiro. Eles projetaram um equipamento de lavagem de cascalhos que evitaria contaminação das amostras das perfurações das rochas, em busca de petróleo, e proporcionaria uma posição mais confortável e coerente para seus manuseadores.


( Projeto e equipamento construído, respectivamente )

Então, os trabalhadores que antes tinham que ficar em posições desconfortáveis e danosas à saúde de sua coluna;







Agora trabalhariam dessa maneira:






A cerimônia contava com uma platéia seleta, formada por cerca de 300 à 500 funcionários. O prêmio foi criado em 2006. Este ano, 193 projetos foram inscritos, 10% a mais que na edição anterior e 39 foram selecionados como finalistas. Dentre esses 39, o trabalho do geólogo Americano foi escolhido em primeiro lugar.

Meu pai foi o único que teve a vontade e o prazer de apertar a mão de todos os convidados importantes que ficaram atrás dele durante a apresentação do trabalho. Porém, seu maior prazer mesmo, foi apertar a mão de um geólogo, como ele, que chegou à presidência da Petrobrás, no primeiro governo de 'Lula-lá'. Hoje ele é presidente da BR-Distribuídora. Seu nome é José Eduardo Dutra e ele é senador do PT.
"Era a mão desse aqui que eu queria apertar! Eu apertei a mão dele, que já foi meu presidente. Ora, eu já apertei a mão de Lula, que é presidente dele também! De todos nós!".

Infelizmente, o atual presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, teve que se ausentar após seu discursso de abertura, pois tinha uma viagem urgente para Brasília, onde teria uma reunião com o presidente da República e teria que estar de volta pela manhã. Então, meu pai não pôde apertar sua mão também.

Aqui seguem algumas fotos que meu pai trouxe de viagem, para ilustrar meu texto:


Nessa foto, o senhor mais alto é o presidente da Petrobrás e o primeiro, da direita para a esquerda, trajando cinza, é o J. E. Dutra.



Nessa outra, meu pai está apresentando o trabalho.



Nessa, recebendo o prêmio das mãos do Nepomuceno Filho.



Aqui é ele com o troféu, depois da cerimônia.



Também depois da cerimônia, na foto que disseram pra ele ser a oficial.

Bem, aproveitando o embalo, vou falar de Lula. O nosso presidente acumula, nos dias atuais, cerca de 80% de positivismo nas pesquisas sobre satisfação do povo para com o seu governo, vigente no SEXTO ano de mandato. À essa altura, o normal é que os presidentes já tenham perdido popularidade.
Nesses 80% enquadram-se as modalidades "bom", "regular" e "ótimo". Oitenta porcento não é pouca coisa...Parece que as tentativas constantes de manipular as massas através da mídia que a Globo anda exercendo não tem surtido muito efeito..;)



Foi no governo de Lula que a Petrobrás atingiu a auto-suficiência do petróleo no Brasil. Empresa tal, que é constituída por grandes e grandes homens, representando desde a mão-de-obra braçal, até a super qualificada: engenheiros, geólogos, químicos..e dentro de pouco tempo, os químicos do petróleo que se formaram na nossa universidade federal! Dentre eles, a minha irmã, Winnie =D
Se Deus quiser, é claro..

Pena que pouco se fala e pouco se orgulha da empresa nacional líder de tecnologia de ponta em extração de petróleo no mar, os hidrocabornetos que movem a economia mundial e que promovem Guerras, como esta que está na nossa cara, a revoltante Guerra do Iraque.

Conversando com minha mãe, descobri que meus pais, a quem eu julgava conservadores, já participaram de protestos de cunho social, inclusive, de uma greve dos petroleiros. Minha mãe deixava eu e minhas irmãs sob os cuidados da minha avó paterna e ia com meu pai participar das manifestações.
Também falou um pouco mais sobre os membros da minha família que sofreram tortura na ditadura brasileira.
O nome do meu pai, Americano, foi posto para que não desconfiassem que meu avô paterno era comunista..já que ele já estava sendo visado.
Tá no sangue. Só pode ser.