sábado, 13 de setembro de 2008

Resíduo



(...)

E de tudo fica um pouco.
Oh, abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.



Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
e sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob os túneis
e sob as labaredas e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito
e sob o soluço, o cárcere, o esquecido
e sob os espetáculos e sob a morte escarlate
e sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes
e sob tu mesmo e sob teus pés já duros
e sob os gonzos da família e da classe,
fica sempre um pouco de tudo.
Às vezes um botão. Às vezes um rato.

D.

Um comentário:

Paula disse...

do maço - vazio - de cigarros
ficou um pouco http://www.youtube.com/watch?v=18FkamLxzdg

mudei o endereço do meu blog
;~