segunda-feira, 21 de julho de 2008

Leituras

A irrelevância da Mídia - Por Josias de Souza (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/)


A indústria da informação, sobretudo a impressa, está numa encruzilhada. Com a circulação estagnada, os jornais lutam para seduzir novos leitores. O público, porém, emite sinais de que considera o conteúdo dos jornais cada vez mais irrelevante.

Na época em que o país estava submetido a três poderes efetivos –Exército, Marinha e Aeronáutica— costumava-se atribuir à imprensa importância capital na cruzada da resistência. Ao ecoar as ruas na campanha das Diretas-já, os jornais ajudaram a empurrar a farda de volta para os quartéis.

Restabelecida a democracia, o Collorgate tonificou a musculatura dos meios de comunicação. Teve-se a impressão de que a imprensa exercia, de fato, o quarto poder.

Sob FHC, a imprensa tardou a acordar. Só depois de uma fase de namoro se deu conta de que estava diante de um presidente afeito à maleabilidade ética.

A caída em si não foi generalizada. Alcançou apenas parte da mídia. Ainda assim, sobrevieram os escândalo da compra de votos da reeleição, as privatizações trançadas “no limite da irresponsabilidade”, as malversações da Sudam e outras cositas.

Graças à exposição negativa, FHC é hoje um dos ex-presidentes mais impopulares. Tão impopular que o PSDB cuida de escondê-lo na campanha. Escalando essa aversão, Lula chegou à presidência em 2002. E com ele veio a má notícia para a imprensa: o brasileiro deu as costas para o noticiário, eis a novidade.

Poucos governos mereceram da mídia exposição tão negativa quanto a administração petista. As perversões atribuídas ao PT e a Lula foram alardeadas à saciedade. A despeito disso, o eleitorado atribui ao presidente um volume de intenções de voto que, por ora, humilha os concorrentes. Humilha também a mídia.

Poder-se-ia argumentar que o eleitor pobre de Lula não lê jornal. Bobagem. A crise ética ganhou também nos meios de comunicação eletrônicos. E não há casebre brasileiro que não disponha de um aparelho de rádio ou de televisão.

No segundo semestre de 2005, os analistas políticos tiraram do noticiário que produziram as suas próprias confusões. Onze em cada dez comentaristas difundiu a idéia de que a reeleição de Lula estava ameaçada.

Vítima de si mesma, a mídia está na bica de virar, ela própria, notícia. Sua “desimportância” reclama estudos e análises aprofundadas. Seu propalado poder de influência, seu festejado papel de formador de opinião está em xeque.

Como que exausto da reiteração dos escândalos, o (e)leitor emite sinais de que já não vê diferença entre os políticos. Considera-os, indistintamente, corruptos. Priorizam os seus interesses pessoais em detrimento de valores coletivos como a ética.

Se os meios de comunicação fossem levados a sério, Lula deveria estar debatendo agora com os tribunais, não com os eleitores. Acomodados num dos pratos da balança, em contraposição aos escândalos, os feitos de seu governo até poderiam conferir-lhe certa competitividade eleitoral. Mas o favoritismo que ostenta, por ora acachapante, é o sinal mais eloqüente de que os meios de comunicação tornaram-se irrelevantes aos olhos da maioria da sociedade.

Não preciso nem comentar muita coisa, né? Pelo amor de Deus.
Conversando com um estudante de história da UFRN amigo meu, sobre justamente valorização do ensino, falta de leitura e afins, chegamos no assunto "manipulação da mída". Curiosamente, no dia seguinte me deparo com esse texto.

Um belo exemplo disso é a Globo.
Já falei aqui antes sobre as atitudes incomodantes da Globo. É muito impressionante, né? Ela adora enaltecer os tucanos. Na eleição presidencial que elegeu Lula como vencedor, a Globo liberou aaaltos atores e atrizes pra fazer participações das propagandas de campanha de Serra. Não sei se todo mundo se lembra, mas eu achava aquilo uma apelação revoltante. Fora que todo mundo sabe que a Globo adora cair em cima do governo de Lula. Pouco se fala da estabilidade financeira, o risco Brasil caindo, os salários míninos dobrados.. Mas quando o preço dos alimentos sobe, já é assunto pra culpar o presidente. Até porque sempre tem aquela de: quando o país tá bom, é graças ao presidente. E quando está na merda...também é graças a ele! O problema é que nem tudo é culpa do presidente - logicamente -, mas é muito cômodo ter alguém pra culpar.

As CPIs? O assunto foi batido, rebatido e batido denovo. Como se o Brasil, antes do Lula, tivesse um histórico de transparência política. A corrupção no Brasil existe desde os tempos em que o voto era marcado no bico da pena!
Claro, não é porque um foi escroto que vamos todos ser também. Mas tenha santa paciência, velho, ninguém agüentava mais aquilo no Jornal Nacional.

A Rede Globo, só pra vocês terem uma idéia, apoiava a ditadura.
Preciso dizer mais alguma coisa?!
A Tv Tupi, que foi contra ela, foi fechada. E a Globo? Está aí até hoje.
Muito hipócrita da parte dela ter apoiado a ditadura - lembrando que o golpe militar no Brasil e uma série de outros golpes ocorridos na mesma época foram financiados pelos Estados Unidos, que estavam com medo de que o perigo vermelho se espalhasse no mundo - e agora reproduzir propagandas incentivando o voto.

A Globo é "pau mandado" dos Estados Unidos também. Pelo jeito, de quem pagar melhor. Eu sempre me perguntava porque sempre se divulgava a desgraça dos norte-americanos pelo atentado de 11 de setembro, mas nunca a desgraça dos Iraquianos, que foram invadidos a troco de nada. Porque não??

Enfim, eu sei que esse filme já é batido, mas quem por ventura ainda não assistiu, assista: Fahrenheit - 11 de Setembro, do Michael Moore. Inclusive, bato palmas pro Michael Moore, só pra começar, pela sua coragem de ter posto tudo o que pôs nesse filme. Talvez o FBI só não tenha "dado um jeito" nele até hoje pela figura pública que ele é. Os Estados Unidos são craques em "silenciar" seus problemas por meios...duvidosos?


E falando sobre campanhas..:

Revista ISTOÉ (30/08/2006)

ISTOÉ – O sr. é a favor do fim do voto obrigatório?

Marco Aurélio – Sim. Sou favorável ao voto facultativo. Deixar o voto apenas como um direito, e não como um dever. Não cabe persistir com o voto obrigatório de pessoas que comparecem sem ter a mínima noção do que farão no dia da eleição e que número digitarão na urna eletrônica.

ISTOÉ – Isso não multiplicaria a alienação da população do processo político?
Marco Aurélio – Nós teríamos, de fato, a ausência de muitos eleitores. Mas teríamos a participação, com uma concretude maior, dos eleitores conscientizados. Agora, você veja o paradoxo: obriga-se o voto e dá-se ao eleitor o direito de anulá-lo. Será que o objetivo é esse?

ISTOÉ – Mas o voto nulo não é um direito, um posicionamento político?
Marco Aurélio – A omissão é uma fuga à responsabilidade quanto ao futuro do Brasil. É não perceber que a eleição repercute nos anos seguintes. Essa história de só olhar para o umbigo, para as questões individuais, está no campo da miopia absoluta.


* Marco Aurélio Mello é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE )

Essa questão do voto nulo é delicada, né?..
Fui ler esse trecho da entrevista para um dito cujo que havia votado nulo e ele me respondeu que fez isso com um propósito e não com um despropósito..
Segundo ele, existe uma lei que diz que se os votos nulos somarem uma porcetagem alta "x", a eleição deve ser 'cancelada' e os canditados reavalidados. Ou seja, tem alguma coisa errada.
Parece inteligente mesmo. Quando eu vou votar e me vejo em um mar de corrupção, sempre penso "vou votar no menos mal". E prefiro fazer desse jeito.
Apesar de só ter votado uma vez, por causa da abertura pro voto facultativo a partir dos 16 anos, eu tenho noção da dimensão do voto e convivi com uma família que sempre teve "um pézinho" nas questões políticas, tanto de esquerda quanto de direita.

E concordo com o Marco Aurélio; tem muita gente que mesmo tendo acesso às informações é ignorante. Muita gente que vende voto ou que se deixa levar por algumas palavras bonitas. O voto facultativo seria uma ótima opção. Além do que, evitaria as filas. Hahaha.

2 comentários:

sobreosdias disse...

Talvez nenhum outro país do mundo sofra tanta influencia da mídia, como o Brasil sofre devido a Rede Globo. Uma emissora muito poderosa e ambiciosa, que demonstra claramente que esta do lado de quem paga mais. Outros exemplos na politica brasileira de manipulação pode ser citado, e aqueles que a media (Globo) perderam sua influencia deve ser largamente comemorada. Nas votações de 1998 para prefeitura de São Paulo, Paulo Maluf liderava imensamente as pesquisas, e tinha grandes privilégios diante seus concorrentes, mas acabou perdendo no segundo turno (Graças a Deus).

Paula disse...

gostei desse texto... achei que tinha comentado já, droga